Minha infância foi
num sitio numa cidade do interior, onde tudo era belo e natural desde a fruta
no pé verduras e legumes fresquinhos na horta, ser criança na época era a coisa
mais boa que vivi. Tudo era alegria muitas crianças divertidas e felizes, brincavam
de pique-esconde, corre-cutia, pique-bandeira e direito está vago, passar anel
etc. hoje nenhuma criança conhece estas brincadeiras, elas se divertem é no
tablete, no celular, nos jogos de videogame etc.,Mas naquele tempo as crianças
nem imaginavam estas coisas, também não sentiam falta pois o que tinham lhes
bastava, brincavam tanto que a noite chegava adormeciam sem ver.
Lembro quando
outras meninas chegavam ninguém perguntava se trouxe bonecas ou algo assim, a
gente logo gritava vamos escalar aquela mangueira quem chegar por último vai
cascar o milho, pois tinha obrigações a cumprir não era só brincadeira, era uma
correria todos subiam sentavam nos galhos e ficavam olhando as pessoas que
passavam na estrada de rodagem. Era uma farra se tivesse frutos maduros colhiam
e comiam lá mesmo quando desciam traziam as blusas cheia de frutos para os que
tivessem ficado ou não conseguissem subir assim era em todas fruteira manga,
jaca, goiaba, caju e mais, tinha um pé de araçá na pedreira do moinho de água
era uma delícia subir e sentar no galho onde os pés ficavam dentro da água que
passava por baixo, as pessoas que passavam na estrada gritava com a gente não
havia desconhecidos, todos se falavam como se conhecessem.
Os pais e mães
desta época não tinham as preocupações de hoje, os filhos respeitavam e ouviam
os conselhos, se a mãe olhasse já entendiam não havia esta rebeldia sem causa
que existe hoje, a noite quando a lua aparecia no céu a gente corria pro
terreiro de chão vermelho cheio de poeira era hora do pique-bandeira, dividia a
turma em dois grupos e um vencia o outro jogando roubando a bandeira do grupo
rival, era muito legal, tarde quando terminava o jogo e estavam cansados era
hora do banho o leite quente queimadinho na panela de ferro fogão a lenha oh
saudade. Rezavam e pediam benção da mãe e do pai e dormiam feito anjos.
Se pudesse voltar o
tempo da infância novamente voltaria lá e permanecia um bom tempo resgatando o
tempo passado ou menos na lembrança, olharia o céu estrelado a lua clareando
atrás do morro, as laranjeiras floridas em volta do terreiro, até o barulho da
água correndo e caindo no cocho de madeira onde jorrava água limpa e fresca dia
e noite. Saudade e lembranças se misturam na cabeça da gente dando um nó, mas
ao mesmo tempo a certeza que vivi esta infância que hoje poucos tem o privilégio
de viver junto a natureza.
Texto
escrito por Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora.
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